- Citação :
- SINOPSE: Carlisle resolve transformar Esme em uma vampira quando ela está a beira da morte. Será que foi uma decisão fácil?
SHIPPER: Carlisle e Esme
“Stay low
soft, dark, and dreamless
far beneath my nightmares
and loneliness
I hate me
for breathing without you
I don't want to feel
anymore for you’
“Fique calma
Leve, escura e sem sonhos
Muito abaixo dos meus pesadelos
E solidão
Eu me odeio
Por respirar sem você
Eu não quero sentir mais nada por você”
(Evanescence)
Igual a vocêQuando estava no meio da queda, esqueceu porque havia pulado de um precipício.
“Nem morrer eu consegui...”
Esme abriu os olhos lentamente. O ambiente meio escuro não permitia que ela reconhecesse o lugar no qual estava, mas isso não fazia diferença. O único lugar no qual queria estar era em um túmulo. Sentia partes distintas de seu corpo doerem de formas inimagináveis, enquanto outras ela não sentia mais.
Não se importava com a dor.
Na verdade a dor física era um alívio imenso para todas as dores que sentia em seu íntimo, um vazio que a enlouquecia pouco a pouco, pior que qualquer câncer maligno.
Sua filha estava morta.
Carlisle assinou o atestado de óbito e acompanhou a equipe de primeiros socorros para fora do necrotério. Fechou a porta e olhou para a mulher ainda vida em seus últimos instantes de agonia. Segundo o boletim médico da equipe, ela já era considerada morta.
Mundo cruel.
Humanos são tão frágeis! Sempre pensava nisso quando tinha que cruzar os braços e simplesmente espera-los morrer. No inicio do século XX isso era algo muito comum nos hospitais. Muito mais comum do que Carlisle poderia suportar.
Aproximou-se da maca. Ajeitou lhe o cabelo sujo de terra e sangue. Seus lábios eram pálido e maltratados. Em nada parecia mais a mulher que viera ao hospital a duas semanas vacinar sua única filha. Jovem e cheia de vida, Esme trazia a garotinha nos braços e sorria a todo instante. Viva.
Dr. Carlisle suspirou olhando o corpo maltratado da mulher. Nem sempre podia fazer alguma coisa. Afastou-se para pegar um pano branco para cobrir o ‘cadáver’. Suicídio. Fim triste de se ter. Devia sentir pena? Isso por acaso não indicava que a vida estava sendo mais insuportável do que tramar a própria morte?
Quando voltou para a maca, se surpreendeu ao ver sua ‘morta’ de olhos abertos. Aproximou seu rosto do dela devagar. Havia uma beleza imensa na tristeza humana. Fantástica e inexplicável. Cruel e desumana.
Sádica até.
Ele não conseguia nem imaginar a dor de se perder um filho.
Sua filha, morta.
Esme achava que devia ser proibido uma criança morrer. Era inaceitável! Com tantos adultos merecendo, as criancinhas é que morriam.
Maldita vida que a fizera viver para sepultar a própria filha!
E a morte que era tão cruel que levara sua menininha, mas se recusava a leva-la também. Se a única coisa que podia fazer por seu amorzinho era deitar-se com ela em um túmulo e repousar eternamente em paz, ela o faria. E nada deixaria Esme mais feliz do que morrer naquele instante...
Edward morto? Não...
Era um pensamento que Carlisle não conseguia suportar. Mesmo que só tivesse o jovem vampiro ao seu lado a poucos anos, fora um pai para ele! Caçara com ele, ensinou o que precisava para ser um bom vampiro. Segurara sua mão pelos três longos dias em que sofreu a agonia de virar o que era. Sofrera com ele durante o primeiro e longo ano em que não tinha controle sobre si. Amara-o como um filho.
A mulher gemeu em sua agonia lenta. O doutor sabia que estava no fim.
Ela perdeu uma filha, queria morrer. Os filhos também morrem, é a lei da vida. “Menos o seu doutor”, uma voz falou no fundo da mente de Carlisle. Menos o seu...
Ele olhou o rosto sofrido dela se sentindo desconfortável. Era bonita... talvez se ela tivesse um filho imortal, então talvez ela não sentiria tanta necessidade de morrer. Se tivesse um filho como o seu. Se ela fosse mãe de seu filho! Ainda ouvindo seus gemidos enquanto agonizava, ele deixou seus olhos deslizarem famintos para o corpo da mulher, parte dele visível através das roupas rasgadas. Estava desfigurado.
O vampiro abaixou a cabeça, envergonhado de si mesmo e dos pensamentos que ousara ter diante do leito de morte de uma mulher casada. Mas sua mente estava sendo inundada (contra sua vontade) por imagens de Esme sorrindo enquanto levava a filha ao hospital. De quando a encontrara na rua passeando de mãos dadas com o marido, romântica e apaixonada.
E linda.
E do nada os pensamentos de Carlisle mudaram de tal forma, que ele se viu feliz por Edward não ter controle o suficiente para chegar nem sequer a dez quilômetros do hospital! Sentiria muita vergonha de si mesmo se seu filho visse os pensamentos maliciosos que estava tendo nesse momento. Mordeu o lábio preocupado.
A mulher morria na sua frente e tudo que ele conseguia pensar era nela em seus braços.
Outro gemido de agonia escapou dos lábios dela, agora acompanhado de pequenos espasmos pelo corpo destruído que antecipavam sua morte certa.
Poderia ter uma mãe para seu filho, uma companheira a seu lado e uma mulher em sua cama.
Carlisle cobriu o rosto com as mãos, envergonhado demais dos pensamentos que fluíam muito além de seu controle. Ele e Esme numa casinha branca, cuidando de seu filho Edward, se alimentando de animais e vivendo em alguma pequena cidade onde pudesse continuar a trabalhar como médico. Seu filho freqüentaria a escola local, seria um eterno adolescente... ela seria para ele mãe, amiga, confidente. Para Carlisle ela seria tudo: amiga, companheira, esposa, amante...
Amante!
Seu corpo reagia de forma inesperada diante da idéia de ter uma mulher para si. Deixava-o confuso. No que estava pensando? Talvez se ela tivesse um filho que não morresse...
Um marido que não morresse.
Sensações adormecidas em seu corpo por mais de 100 anos pareciam aflorar, aumentando a excitação que tornava seus pensamentos tão complicados. Estava sendo egoísta, ela queria morrer... e ele queria ela! Podia se ver deitado ao lado dela, tocando-a, sendo tocado de volta. Podia ver com perfeição seus lábios colarem, beijos doces e beijos quentes. Podia-se ver entrando nela.
Ele se aproximou da mesa mais uma vez, olhando o rosto dela como se cumprisse algum tipo de ritual desconhecido mesmo para ele. Ela ainda tinha os olhos abertos e estava levemente consciente. Todas as duvidas do doutor acabaram.
Carlisle podia se ver amando Esme.
Aproximou os lábios o mais cuidadosamente que pode do pescoço frágil e ferido da mulher. Podia sentir seu calor deixar o corpo, seu coração enfraquecer. Seus lábios tocaram a pele dela com carinho dando a ele a sensação de que nunca sentira nada tão delicado em toda sua existência e aquilo o fez estremecer. Abriu os lábios devagar, beijou a pele. Sentiu o gosto humano. Devagar (e bem devagar) deixou suas presas entrarem na pele delicada, fazendo o pouco sangue que restava nela tocar sua boca, o gosto mais doce que já havia provado.
Foi naquele momento que começou a amá-la.
“Grieving for you
I'm not grieving for you
nothing real love can't undo’
“De luto por você
Eu não estou de luto por você
Nada que um verdadeiro amor não possa resolver.”
(Evanescence)
N.A. música Like You do Evanescence.
Repostei a fic porque ela foi apagada no bug que deu no 'forumeiros'
ah... perdi dois comentarios
não sei bem de onde saiu a ideia dessa fic, mas do nada estou cheia de ideias Carlisle & Esme